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Bienvenidos

Sejam bem-vindos a Fiesta de las almas um dos festivais mais importantes do universo do livro:

Eu desejo

AVISO!

     O conto a seguir é um spin-off do livro Eu desejo, o meu mais recente lançamento. Para aqueles ainda não leram o livro, não se preocupe em ler spoiler, pois esse conto se passa um ano antes dos acontecimentos do livro. 

   Para aqueles que já leram o romance, venham matar a saudade da nossa pequena família: Luise, Telma e Santiago.

Capa conto - fiesta de las almas.png

       Não acredito no que eu fiz!

   Encarava-os a distância, enquanto faziam compras na feira local. Estava sentada em uma das mesas de uma banca de comida, longe o bastante, mas ainda assim perto para poder discerni-los dos outros.  

      Ela não era nada com o que imaginei. Não tinha muitas lembranças dos meus pais, não sabia como eram suas vozes, rosto, seu toque. Não fazia ideia. A psicologa disse que foi um jeito da minha cabeça me proteger do trauma de ser abandonada. No entanto, podia não lembrar deles, mas lembro do lugar onde me largaram, da floresta escura, úmida e assustadora. Do quanto chorei por eles, do quanto prometi ser normal e nunca mais ouvir as vozes, mas no fim, só elas me ouviram aquela noite.

     E ali estava eu, dez anos, quatro meses e vinte dias depois, usando um feitiço as escondidas para encontrar eles. 

     O que eu queria afinal? Queria ver se estavam tristes? Se haviam pago por abandonar uma criança em meio a floresta Amazônica? Ou só queria dar rostos aos monstros que ainda me assombravam a noite?

      O feitiço me trouxe até uma cidade não muito longe do instituto de magia de Machu Pichu. Só foi preciso voar por quatro horas até chegar ali, e só alguns minutos para encontrá-lo. Do outro lado do fio vermelho estava uma mulher já com marcas da idade no rosto. Apesar de ter poucos fios brancos, usava uma bengala e andava com certa dificuldade. Ela escolhia as frutas de uma tenda, e um homem mais jovem pegava pra ela. O fio vermelho também se conectava a ele.

       Aquela é minha mãe então? Pensei, observando a senhora de saia preta e camisa florida. E o outro? Meu irmão? Eu tinha um irmão? Não tinha certeza, mas o fio indicava que era um parente próximo. Porém, faltava o pai.

       Levantei. 

       Chegara até ali, iria até o fim. Aproximei-me da banca de frutas e fingir escolher algo, enquanto os observava de canto de olho. Meu coração batia tão rápido que comecei a pensar que alguém o escutaria, mesmo sobre os gritos dos feirantes.

       — Telma? 

        Alguém me chamou, virei a cabeça a minha esquerda, procurando o responsável, mas meus olhos recaíram sobre a senhora ao meu lado. Ela segurava uma penca de bananas e me fitava como se tivesse visto um fantasma.

Não consegui desviar o olhar daquelas iris enevoadas pela idade. Foi realmente ela que me chamou? Como?

        — Acho que a senhora me confundiu, de… — engoli o pedido de desculpas. Onde estava com a cabeça? Por que dizer aquilo?

        A senhora usou o cabo da bengala para puxar meu braço, fazendo meu pulso reclamar. 

        — Telma? — voltou a perguntar, tocando-me.

        Não em qualquer lugar, ela sabia o que estava procurando. Jamais pensei que aquelas pintas significavam algo, eram só pintas, como qualquer outra que tinha pelo corpo. Minha mãe dizia que lembrava uma constelação, mas pra mim não eram nada. Até aquele momento.

        A senhora, que o feitiço apontava como minha mãe biológica, tinha as mesmas pintas. Braço esquerdo, sete pontos marrom-escuro, na altura do pulso, com a mesma disposição. Igual à constelação da ursa maior.

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